O hebraico é uma das línguas mais antigas do mundo, com uma história que remonta milhares de anos. Durante grande parte de sua história, o hebraico era usado principalmente como uma língua litúrgica e literária, com seu sistema de escrita mantendo-se relativamente estável ao longo dos séculos. No entanto, a ascensão do sionismo no final do século XIX e início do século XX trouxe consigo um renovado interesse no hebraico como língua nacional e vernácula.
A reforma ortográfica do hebraico moderno pode ser atribuída em grande parte aos esforços de Eliezer Ben-Yehuda, um lexicógrafo e linguista pioneiro do movimento sionista. Ben-Yehuda acreditava que para o hebraico se tornar uma língua viva e funcional para todos os aspectos da vida moderna, era necessário modernizar sua ortografia e adaptá-la aos padrões linguísticos contemporâneos.
Uma das principais mudanças introduzidas por Ben-Yehuda foi a adição de vogais ao sistema de escrita hebraico. Anteriormente, o hebraico era escrito apenas com consoantes, deixando as vogais implícitas e dificultando a leitura para os não iniciados na língua. Ao introduzir sinais diacríticos para representar as vogais, Ben-Yehuda tornou o hebraico mais acessível e fácil de aprender.
Além das mudanças na representação das vogais, a reforma ortográfica também simplificou algumas das regras gramaticais e introduziu novos caracteres para sons que não eram representados adequadamente pelo sistema de escrita tradicional. Essas mudanças foram gradualmente adotadas ao longo do tempo, à medida que o hebraico moderno se estabelecia como a língua oficial de Israel e ganhava aceitação em comunidades judaicas ao redor do mundo.
No entanto, a reforma ortográfica do hebraico não foi imune a controvérsias e resistência. Alguns puristas linguísticos argumentaram que as mudanças propostas comprometeriam a integridade da língua e a ligariam indevidamente a influências estrangeiras. No entanto, o sucesso e a popularidade crescentes do hebraico moderno como língua viva e vibrante acabaram por solidificar as mudanças introduzidas pela reforma ortográfica de Ben-Yehuda.
Hoje, o hebraico moderno é amplamente reconhecido como uma língua dinâmica e expressiva, com uma ortografia que reflete sua rica história e adaptação às demandas do mundo contemporâneo. A reforma ortográfica desempenhou um papel fundamental nesse processo, ajudando a garantir que o hebraico continuasse a evoluir e prosperar como uma língua vibrante no século XXI.